quinta-feira, dezembro 23, 2004

FELIZ NATAL

A Associação Nacional de Estudantes de Engenharia do Ambiente deseja a todos um Feliz Natal e um Excelente 2005!!!

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segunda-feira, dezembro 13, 2004

Processo de Bolonha: Pareceres por Área do Conhecimento Discussão Pública - Fase Preliminar

Os trabalhos preparatórios para a Implementação do Processo Bolonha estão terminados.
No último ano, uma vasta equipa preparou todo o enquadramento legislativo e funcional para a aplicação do Processo de Bolonha em Portugal.
Neste sentido, o MCIES nomeou um grupo de 23 Coordenadores por áreas de conhecimento encarregados de elaborar os pareceres relativos a cada uma das áreas.
Cada um dos Coordenadores desenvolveu, ao longo deste ano, um trabalho em rede com instituições de Ensino Superior, Associações, Ordens Profissionais e definiu na sua Área os dois ciclos de formação superior, os perfis e as orientações, de acordo com os objectivos académicos e em ligação directa com o mercado de trabalho.
Os pareceres tiveram em conta, entre outros, a Orientação para Harmonização de Estruturas de Formação definida pelo MCIES que contempla um quadro geral de estruturas de formação e um conjunto bem definido de excepções.
O Quadro Geral de formações prevê um primeiro ciclo de 6 semestres (180 créditos ECTS), e um segundo ciclo de 4 semestres (120 créditos ECTS).
As excepções previstas no documento orientador correspondem a casos devidamente justificados. São áreas abrangidas por directivas comunitárias que exigem outra estruturação da formação, e ainda áreas em que a prática europeia aponta para solução distinta da preconizada no quadro geral.
Bolonha é mobilidade e empregabilidade e este é o contexto em que os trabalhos que aqui vos apresentamos se desenvolveram.
Os relatórios finais hoje colocados à vossa disposição são o corolário deste intenso trabalho.
A partir de hoje e até ao final de Janeiro iremos submeter a debate público o resultado do nosso trabalho.
Daqui lanço o desafio a todos os agentes activos deste Processo ‑ Instituições de Ensino Superior, Associações e Ordens Profissionais, Sindicatos, Professores, Estudantes — que o Processo de Bolonha seja motivo para discussões apaixonadas e para contributos sempre enriquecedores.

Dezembro de 2004,
A Ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior
Maria da Graça Carvalho

In
www.mcies.pt



O conselho de sábios deu o seu parecer, está na altura de darem o vosso. Façam-no neste blogue e directamente em http://www.mcies.pt/?action=pbolonha.

Consultar os documentos.

Pareceres por área de Conhecimento: Engenharias.


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domingo, novembro 28, 2004

Dois desafios

Depois da apresentação, lançava dois desafios aos visitantes deste blogue:

1º - que divulguem o blogue, bem como a ANEEA, por todos os interessados (serão essencialmente estudantes de Engenharia do Ambiente, mas haverá decerto muitos mais);

2º - que deixem nos comentários deste post as vossas preocupações/sugestões/dúvidas, enfim tudo o que vos vier à alma, desde que relacionado com o ensino e/ou a prática da profissão.

Esperamos pelos vossos contributos. Saudações.

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quarta-feira, novembro 24, 2004

ANEEA - Uma Apresentação

Em Novembro de 2002, aquando da realização do II Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia do Ambiente (ENEEA), os vários Núcleos de estudantes de Engenharia do Ambiente (E.A.) presentes tiveram a oportunidade de iniciar uma relação que se viria a demonstrar duradoura e produtiva. Na altura, os núcleos tinham pouco contacto entre si, restringindo-se este às reuniões da comissão organizadora do Encontro Nacional. Tornou-se então evidente que um contacto regular para troca de informações, experiências e cooperação entre todos os Núcleos de estudantes de E.A. seria desejável. A ideia foi de imediato adoptada pelos diferentes Núcleos presentes, os quais tiveram a percepção da importância que este diálogo regular poderia vir a ter.

Processo de Constituição

A Comissão Instaladora da ANEEA ficou inicialmente composta pelos núcleos de estudantes de E.A. das Universidades de Açores, Algarve, Aveiro, Católica Portuguesa, Lusófona de Humanidades e Tecnologias e Trás-os-Montes e Alto Douro. Apesar de outras instituições estarem então representadas, através de estudantes, na Comissão Organizadora do ENEEA, estes não se manifestaram interessados em integrar este projecto.
Foi agendada a primeira reunião conjunta, que serviu, sobretudo, para os Núcleos se conhecerem e ponderar a hipótese de, para além do contacto regular informal, iniciarem o processo de constituição de uma estrutura formal organizada. Esta ideia surgiu da constatação de que não existia, a nível nacional, um interlocutor entre os estudantes e as instituições nacionais relacionadas com o ensino e a profissão de E.A. Aliada à função essencial de defesa dos interesses dos estudantes de EA, a constituição de uma Associação Nacional seria ao mesmo tempo a construção de um fórum de discussão e debate de temas pertinentes e de partilha de experiências, ao nível da participação estudantil nas várias instituições. É de salientar que a Associação não surgiu contra ninguém. Surgiu sim, a favor do exercício de uma cidadania proactiva que obriga os estudantes a intervir, a exigir responsabilidades e a colaborar na resolução dos problemas existentes, bem como na valorização dos aspectos positivos dos cursos e das instituições. Com a formação da Associação espera-se também alertar os estudantes para variados assuntos, informando-os, e esperando que estes tomassem consciência dos espaços de que dispõem para se fazerem ouvir e ao mesmo tempo aumentar a sua participação.
Assim sendo, decorreram várias reuniões nos meses seguintes, que de imediato resultaram numa profícua troca de experiências e colaboração inter-núcleos e nas quais se iniciou o processo de criação da Associação Nacional de Estudantes de Engenharia do Ambiente (ANEEA), formando-se grupos de trabalho: para a elaboração de estatutos; para a pesquisa sobre a existência de outros núcleos e de informação sobre as instituições com quem era desejável contactar; para a identificação dos temas que mais relevantes seriam para os estudantes de E.A.; entre outros.
Do resultado dos grupos de trabalho atrás referidos, surgiu uma listagem de todas as instituições onde se ministrava o curso de Engenharia do Ambiente. Para essas instituições, seguiram cartas apresentando a comissão instaladora da ANEEA e os seus principais objectivos, endossadas às respectivas Associações de Estudantes e aos representantes pedagógicos dos cursos. Esperava-se encontrar mais núcleos de estudantes de EA para envolver na comissão instaladora, facto que espelhava a preocupação de incluir o maior número possível de instituições, de qualquer tipo de subsistema, no processo de construção da ANEEA, não excluindo ninguém de uma organização que se pretende nacional. Deste processo resultou a inclusão de três núcleos provenientes de Institutos Politécnicos: Guarda, Setúbal e Viseu.
A preocupação em representar as diferentes realidades no ensino de E.A. em Portugal, levou a que se garantisse, através dos estatutos, que os três subsistemas (publico universitário, público politécnico e privado e cooperativo) estivessem sempre representados nos órgãos sociais da Associação.
A única “discriminação” a que procedemos foi relativa a cursos que, resultado da sua denominação, não eram completamente esclarecedores sobre se eram realmente cursos de Engenharia do Ambiente, ou simplesmente cursos a tentarem parecê-lo. Esta exclusão foi resultado da falta de informação sobre esses mesmo cursos, e do reconhecimento da ignorância quanto a estas designações menos claras, por parte da Comissão Instaladora. É de referir que o facto de ainda não se ter entrado em contacto com os cursos similares a E.A. não significa que a ANEEA esteja fechada à integração destas instituições. Está-se neste momento a tentar identificar o melhor critério de distinção entre os cursos cuja designação inclui a palavra “ambiente”, tendo em vista uma possível integração na Associação. Ressalva-se que esta dúvida é partilhada pelo Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior, que ainda no início deste ano emitiu um parecer a alertar para o problema da desadequação entre as designações dos cursos e os seus conteúdos.
O grande objectivo da ANEEA, em termos de membros, tal como já foi referido, é alargá-la ao máximo de instituições possíveis de qualquer um dos subsistemas de Ensino Superior, estimulando para isso a criação de núcleos de ambiente onde estes não existam. Espera-se alcançar este objectivo prestando todo o apoio e aconselhamento possível aos alunos interessados. Esta intenção está já a ser concretizada, após o interesse de adesão de alunos da Universidade de Coimbra e do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa que, após manifestarem interesse em constituir um núcleo e aderir à ANEEA, puderam desde logo contar com a nossa cooperação. Espera-se que, num futuro próximo, outros lhes sigam o exemplo.
Ao fim de um ano e meio de árduo trabalho, finalizou-se o difícil processo de elaboração dos Estatutos, que se acredita serem democráticos e coerentes com o espírito com que a ANEEA está a ser criada. Assim, realizou-se no passado dia 22 de Maio, na Universidade do Algarve, a Assembleia Geral Constituinte da ANEEA. Esta pretendeu ser, além da cerimónia protocolar, um espaço de debate sobre a Engenharia do Ambiente, onde decorreu uma mesa redonda subordinada ao tema “Engenharia do Ambiente, uma profissão em desenvolvimento. Sustentável?”. ?”. Nela estiveram presentes a Presidente da APEA, Prof.ª Ana Teresa Chinita; em representação do Colégio de Ambiente da Ordem dos Engenheiros, o Prof. Doutor. José Manuel Martins,; e como moderador o Presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente da Universidade do Algarve, o Prof. Doutor. João Alveirinho Dias. Para participar nesta discussão, que se considera essencial, foram convidados, membros do Governo, Associações Empresariais e Industriais, assim como representantes das entidades de ensino de E.A., quer ao nível institucional e pedagógico, docentes e discentes. Aliada ao convite estava também a intenção de dar a conhecer a Associação e também no sentido de angariar novos membros.

O presente e o futuro da ANEEA

A curta existência da ANEEA e o decorrer da sua actividade permitiu o início da discussão interna que tem conduzido a um “diagnóstico” do ensino e da profissão, do ponto de vista dos estudantes. Esta análise tem permitido detectar alguns dos principais problemas e levará à definição dos passos que a ANEEA pode vir a tomar, para colaborar na resolução destes. Deste modo, está em fase final a elaboração de um Plano Estratégico, que pretende ser o documento aglutinador de todas as ideias e objectivos e servir de guião de actividade a curto/médio prazo. É de referir que a ANEEA e o fórum de diálogo que ela pressupõe, estão ainda numa fase prematura da sua existência, não tendo ainda posição assumida sobre determinadas matérias. Contudo, a ausência de uma posição formal não deverá ser confundida com desinteresse nem com falta de discussão interna, além de que, mais importante do que ter a resposta para a resolução de problemas, é a prévia identificação dos mesmos.
Em relação ao ensino da profissão é de salientar: o desafio de adequar os planos de estudo aos diferentes nichos de mercado; a necessidade de avaliar os cursos e tirar conclusões e consequências práticas dos resultados; o distanciamento dos cursos em relação ao mercado de trabalho, sendo necessário encontrar mecanismos de comunicação entre os dois meios e estreitar os já existentes; e o Processo de Bolonha. Este último irá, sem qualquer dúvida, provocar alterações nos cursos das quais ninguém se poderá alhear. Têm que ser criadas condições para que os estudantes participem nas futuras reestruturações dos cursos, dado que detêm um conhecimento das mais-valias e das falhas dos mesmos, o que frequentemente não é reconhecido. Considerando que os processos de avaliação e reconhecimento das competências académicas e profissionais irão igualmente sofrer alterações, torna-se necessário garantir que o estudante não ficará lesado com a mudança dos graus académicos que se prevê.
Ao nível do exercício da profissão de Engenheiro do Ambiente, foi identificado um conjunto de adversidades que, apesar da ANEEA ser constituída por estudantes estas motivam preocupações. Uma delas é certamente a dificuldade de reconhecimento no mundo profissional, onde ainda não foi definido, por quem de direito, o perfil do Engenheiro do Ambiente. Isto é, a Ordem dos Engenheiros ainda não esclareceu, através da publicação dos Actus de Engenharia, quais as são competências específicas desta profissão. Aliada a este facto, está o de que existem ainda alguns empregadores que confundem os Engenheiros do Ambiente com Ambientalistas fundamentalistas, o que naturalmente tem influências na aceitação dos profissionais no mercado de trabalho.
Após a constituição de bases mais sólidas e abrangentes, bem como de uma estrutura versátil de comunicação, a ANEEA pretende tecer considerações sobre acções de melhoria concreta dos cursos, bem como do próprio sistema de ensino de EA, baseadas também nas elações dos fóruns de reflexão que entretanto se realizarem, organizados pela ANEEA e outros. Pretende-se assim accionar uma dinâmica mais forte ao curso, bem como apontar formas diferentes de ensino que proporcionem profissionais melhor adaptados e melhor qualificados.
Tendo estes objectivos em vista, iniciámos há já algum tempo o contacto com a Associação Portuguesa de Engenheiros do Ambiente, no sentido de vir a participar nas discussões relativas à profissão, enriquecendo as mesmas com a visão dos estudantes. Neste sentido, constituímos um grupo de trabalho conjunto sobre o processo de Bolonha, e que inicia agora a sua actividade. Além disto, o Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia do Ambiente tem também merecido especial relevo no nosso diálogo, estando a sua co-organização a ser preparada. Em Outubro, realizámos o 1º Fórum Nacional de Estudantes de Engenharia do Ambiente, na Universidade de Aveiro, cujo programa contou sobretudo com várias mesas redondas sobre diversos assuntos relacionados com o ensino e a prática da profissão.

A ANEEA pretende assim constituir-se como um interveniente crítico, quer no âmbito nacional - através do diálogo directo com instituições nacionais - quer nas instituições de Ensino Superior - através dos seus membros que actuam directamente sobre os respectivos cursos. Para além desta componente, que é a primordial, pretendemos ainda potenciar as actividades de formação extracurricular desenvolvidas por todos os membros e ainda organizar pontualmente alguns eventos.

A Associação Nacional de Estudantes de Engenharia do Ambiente, outrora um sonho, é hoje uma realidade. E para o engrandecimento da ANEEA espera-se poder contar com todas instituições e agentes ligados ao ensino e ao exercício da profissão e, principalmente, com todos os estudantes.

João Queirós
Presidente da Comissão Executiva da
Associação Nacional de Estudantes de Engenharia do Ambiente

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